Friday, October 20, 2006

Wednesday, October 18, 2006

Ao encontro de África

África o palco das experiências antropológicas

A Condição Humana: "O Bom Selvagem" de Rousseau

A redescoberta do Homem

Périplo bibliográfico:

Monday, October 16, 2006

As Academias e o Conhecimento

A emergência deste tipo de associativismo intelectual possibilitou um efectivo enriquecimento cultural das elites. Num espaço de convivialidade proliferam teorias e discutem-se diferentes pontos de vista. As Academias ligam-se aos laboratórios, proliferando as bolsas de estudo, os prémios para as invenções e investigação, compram patentes e organizam os resultados deste investimento na tecnologia e ciência, num rol de documentos que enriqueceram as suas bibliotecas e arquivos.
A ciência, pelo laboratório, liga-se à produção, à fábrica. Após a Revolução Industrial as fábricas abraçam com fervor capitalista os ideais do liberalismo económico e comercial, a procura do lucro conduziu a um investimento dos industriais em diferentes áreas cientificas. Os avanços tecnológicos significavam maior produtividade, mais vendas e, por conseguinte, maior lucro.
As Academias tiveram um papel fundamental nos avanços técnicos e tecnológicos da época, financiando estudos.

O Século das Luzes


Nos finais do século XVIII, Paris era o palco de uma mudança das mentalidades que supôs um verdadeiro siècle eclaire. Pululavam formas de sociabilidade, espontâneas ou minimamente organizadas, os saraus, as academias, grémios, clubes, cabinet de lecture ou qualquer outra forma de convivialidade que permitisse o convívio entre intelectuais, artistas ou burgueses endinheirados que desejavam profundamente alimentar um novo estatuto social. Este novo tipo de associativismo desenvolveu-se em meios essencialmente urbanos, os seus membros discutiam temas filosóficos, artísticos, linguísticos ou científicos. Integrados no movimento iluminista que representava uma ruptura irredutível em relação à superstição, tetricismo e misticismo que caracterizava a sociedade de Antigo Regime.
O iluminismo denúncia, com um renovado fervor racional, a falência do misticismo, da ideia de que o Mundo é palco do dirigismo da Providência Divina. O Homem surge como um indivíduo, singular ou colectivo, que toma as rédeas do destino e que iluminado pela luz da razão supera-se, produz e produz-se cultural e socialmente. O século XVIII foi o século da razão, o triunfo da racionalidade, de um cientismo que, ainda que embrionário, inundava as bibliotecas e expraiava-se pelas páginas da imprensa. A Encyclopédie (Diderot e D' Alembert) propunha-se reunir o conhecimento produzido na época num livro, que pudesse ser consultado por todos. Isto representa uma tentativa de popularizar o conhecimento, fomentando o autodidatismo.
Uma suave brisa de cientismo e racionalidade bafeja os finais do século XVIII. O século XIX emerge como o século do romantismo e assiste à afirmação do positivismo e da cientificidade, redescobrir-se-á África, que representará um verdadeiro laboratório antropológico. Às experiências científicas somar-se-á um novo olhar sobre o Homem, a sua condição e experiência.

Introdução

O Século XIX, marcado pelos avanços técnicos e tecnológicos, ergueu o icone do cientista, trajado de bata branca e rodeado de estranhos liquídos de cores reluzentes que borbulhavam nos tubos de ensaio. O século do positivismo de Auguste Comte, das explicações científicas, da Royal Society de Londres, dos prémios científicos, de John Merrick (o Homem Elefante), dos inventos de Bell, Marconi e Edison, alimentara a crença de que a ciência permitiria ao Homem tomar as rédeas do seu destino. E, como anunciara um século antes o filosofo alemão Liebniz, a condição humana, nobre por natureza, conduziria o Homem para o melhor dos fins. O optimismo inundara um século de progresso e ordem, cientificidade e conhecimento. Construiram-se os primeiros aviões, barcos indestrutíveis, a linha de montagem, o modelo T da Ford. O século da ciência que permitiu sonhar o Homem com a conquista dos céus, pelos Zeppelins ou rasgar os mares com navios rápidos, luxuosos e indestrutíveis teve o seu siècle eclaire - fim de século - com um violento murro no estômago, um visceral golpe à fé no Homem. O Homem dos finais do século XIX e início do XX, assistiu horrorizado à queda do Hindenburg e à tragédia do TItanic.Dava-se início a um novo século, tumultuoso, bélico - nas primeiras décadas duas Guerras Mundiais! -, aos poucos as clivagens ideológicas que separaram o Mundo em dois foram-se diluíndo, assistiu-se ao triunfo das democracias, ao neo-liberalismo capitalista. Timidamente o imaginário colectivo criava uma nova fantasia, um alicerce civilizacional, uma profunda crença na democracia e na representatividade, na lisura dos seus ideiais e no carácter protector que os estados democráticos assumiu em relação aos seus cidadãos.